La jeune brunette, resplandecia delicadeza, com uns gestos tão
ternos e suaves, mexia-se levemente, trazendo sempre um olhar profundo a
encobrir mistério, cor de avelã a sobressair no tom de pele dourado. No fundo, não passava de um olhar de menina,
mas todos o conheciam e ansiavam desvenda-lo. O rosto coberto de pequenas sardas,
como grãos de canela espalhados a jeito de purpurinas, escondia-se debaixo
daquele manteau vert courgette que
sempre trazia. O povo reconhecia-a ao longe, o andar apressado, as passadas
curtas, o olhar baixo, mas ainda sim, aquele despacho tão charmoso, como se os
seus pés dançassem com o chão com uma delicada pressa de apaixonar “Regarde, la petite brunette.”.
Chamavam-lhe brunette, mas o seu cabelo comprido caído sobre o peito brilhava
um preto amora. E lá estava ela,
mais uma vez e desta vez debaixo daquela tempestade, e mais uma vez deixando o guarda-chuva
em casa, cobria-se com aquele capucho largo como se estivesse
protegida. Sentada naquele muro camponês perto do campo de alecrins, baloiçava
despercebidamente os pés enquanto via o reflexo da chuva cair nas poças de água
que enchiam os buracos da calçada. Nunca ninguém soube o que fazia ali todos os
dias, sozinha, sentada no muro perto dos alecrins, sempre admirando o chão como
se este fosse mais bonito que o céu. Todos os dias, 5:30h da tarde e lá estava:
“Regarde, encore une fois la petite
brunette sur le mur de Monsieur Poulain.”. Não falava com ninguém, não
esperava ninguém. Apenas se sentava com os seus pensamentos e a sua beleza, e
dez minutos passados, tomava novamente rumo e ia embora no seu jeito de
brunette.
“Vendredi, 19 janvier
Comme
tu étais beau aujourd'huis, mon amour. Le
bleu te va si bien.
On se revairas demain, a la même heure,
même que tu ne saches pas que je t'attends.
Et n'oublie pas, je t’aime beau gosse.”
1 comentário:
R: De nada :P
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