1.19.2013


La jeune brunette, resplandecia delicadeza, com uns gestos tão ternos e suaves, mexia-se levemente, trazendo sempre um olhar profundo a encobrir mistério, cor de avelã a sobressair no tom de pele dourado.  No fundo, não passava de um olhar de menina, mas todos o conheciam e ansiavam desvenda-lo. O rosto coberto de pequenas sardas, como grãos de canela espalhados a jeito de purpurinas, escondia-se debaixo daquele manteau vert courgette que sempre trazia. O povo reconhecia-a ao longe, o andar apressado, as passadas curtas, o olhar baixo, mas ainda sim, aquele despacho tão charmoso, como se os seus pés dançassem com o chão com uma delicada pressa de apaixonar “Regarde, la petite brunette.”. Chamavam-lhe brunette, mas o seu cabelo comprido caído sobre o peito brilhava um preto amora. E lá estava ela, mais uma vez e desta vez debaixo daquela tempestade, e mais uma vez deixando o guarda-chuva em casa, cobria-se com aquele capucho largo como se estivesse protegida. Sentada naquele muro camponês perto do campo de alecrins, baloiçava despercebidamente os pés enquanto via o reflexo da chuva cair nas poças de água que enchiam os buracos da calçada. Nunca ninguém soube o que fazia ali todos os dias, sozinha, sentada no muro perto dos alecrins, sempre admirando o chão como se este fosse mais bonito que o céu. Todos os dias, 5:30h da tarde e lá estava: “Regarde, encore une fois la petite brunette sur le mur de Monsieur Poulain.”. Não falava com ninguém, não esperava ninguém. Apenas se sentava com os seus pensamentos e a sua beleza, e dez minutos passados, tomava novamente rumo e ia embora no seu jeito de brunette.

Vendredi, 19 janvier
Comme tu étais beau aujourd'huis, mon amour.  Le bleu te va si bien.
On se revairas demain, a la même heure, même que tu ne saches pas que je t'attends.
Et n'oublie pas, je t’aime beau gosse.”