7.17.2012



Gelava cá fora, tremiam-me os lábios e os meus dentes batiam castanholas. Enrolei-me no cachecol mais uma vez antes de partir. A noite escondia a lua por detrás do seu manto escuro e a branca neblina entregava às ruas do Porto um ar assustador, misterioso. Apertei o passo ao mesmo tempo que me tentava esconder debaixo da minha camisola vermelha larga, eram apenas 5 minutos que me pareciam uma eternidade. Dobrei a esquina e avistei-te iluminado debaixo daquele candeeiro ferrugento que enfeitava a porta de tua casa. Fumavas o frio da noite enquanto os teus pés brincavam com os paralelos no chão. Movida pela saudade, corri na tua direcção, entreguei-me ao teu abraço e reconfortei o meu medo no teu beijo. Ainda esta tarde nos tínhamos falado, mas queimava-me na pele o desejo da tua companhia. Perdia-me no tempo e entregava a razão ao destino, e mais uma vez, acabava a noite embrulhada nos teus lençóis com o teu corpo a suar junto do meu. Estava bem com isso.

3 comentários:

Catarina. disse...

adorei o texto! :)

Anónimo disse...

Gostei muito de ler :) beijinho

paulinha disse...

Adorei! :) Beijinho