- só os loucos sabem

Tenho os meus olhos mergulhados em desespero e a minha mente invadida de preocupações. De repente, o mundo parece vazio e sem a mínima graça. Apercebi-me que o tempo corre mais depressa do que nós vivemos. Tento enclausurar-me no meu sofá sem portas para não ter que encarar uma possível realidade que tanto me perturba. Descobri que tenho comigo a mais maravilhosa sorte do mundo. Encontrei onde não procurava as perfeitas amizades. Conquistaram a minha pequena alma e transformaram-me. Realizaram simples sonhos que nem imaginava ter. Fizeram-me cair para me ver crescer de cada vez que me levantasse, fizeram-me chorar para me ver sorrir com mais vontade a seguir, fizeram-me grande e forte para que enfrentasse todos os sofrimentos e ainda continuasse a viver. Não estiveram todos lá, esteve um de cada vez e no momento certo. Não os amo porque me estenderam a mão ou porque riram comigo, porque me souberam ouvir ou porque me deram conselhos. Quando um dia lhes estendi a mão, eles aceitaram. Deixaram que eu lhes levantasse do chão, que os fizesse rir, que os ouvisse ou que os fizesse chorar. Não os amo porque entraram na minha vida, amo-os porque me deixaram entrar na vida deles. Não preciso de provas de amizade, preciso dela verdadeira e pura, sem porquês. Desespero a pensar que poderá não ser eterna, que a distância a possa enfraquecer, que se esqueçam de mim e que eu possa tornar-me poeira em cima de memórias de um passado. 

O futuro incerto faz o presente ser doloroso.